Contextualização geodemográfica, patrimonial e económica
Queiriga é uma das freguesias do concelho de Vila Nova de Paiva, de cuja sede dista cerca de 6 quilómetros, no distrito de Viseu. O seu orago é S. Sebastião.Tem uma área aproximada de 35 Km² e, segundo sensos de 2011, uma população residente de 575 habitantes, sendo a densidade populacional de 16 Hab/km2.
Em 2001, a população residente era de 715 habitantes, e a densidade populacional de 21 Hab/km2.
Ao que tudo indica, o topónimo da freguesia é um derivado do genitivo de origem germânica, do nome pessoal Quedericus, aludindo a Quederici ou seja, “vila de Quedericus”. No entanto, a tradição popular acredita que o topónimo deriva de “queiró”, planta abundante na freguesia.
No aspecto patrimonial, para além do espólio arqueológico referido nos pontos seguintes, Queiriga apresenta ainda a Igreja Matriz e as capelas de Santa Eufémia e as alminhas.
A nível económico, a agricultura e a pecuária continuam a ser as principais actividades dos habitantes de Queiriga.
Além da povoação da Queiriga, fazem parte da freguesia as povoações de Lousadela, Minas de Lagares ou Santa Barbara e a Quinta das Balas.
Orca dos Juncais
O Dólmen da Orca dos Juncais, também conhecido por “Pedra da Orca”, ergue-se em zona aplanada, denominada localmente por “Juncais”, junto ao ribeiro de Rebentão que lhe corre a nascente. Localiza-se na freguesia de Queiriga, concelho de Vila Nova de Paiva, e foi classificado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de junho de 1910.
Encontra-se envolvido por um tumulus de contorno oval (30x20m) cujo eixo principal segue a orientação E-O.
O monumento propriamente dito, de grandes dimensões, é constituído por uma câmara funerária de planta octogonal (com 3m de largura máxima, 3m de comprimento e 2,40m de altura máxima) e um corredor longo (7,40m de comprimento, 2,35m de largura e 2,5m de altura máxima). Foi exatamente neste corredor, demarcado por oito esteios de cada lado, que se identificou o fragmento pintado com dois antropomorfos que hoje se expõe no Museu Nacional de Arqueologia.
Serviu de local de tumulação coletiva às populações agropastoris de finais do milénio VI / inícios do V A.C. A cronologia foi sugerida não só pela tipologia arquitetónica do monumento mas também pelas pinturas e pelo espólio recolhido em escavações recentes, nomeadamente pontas de seta, de quartzo e de sílex, e fragmentos cerâmicos.
Domínio Romano
Situada a cerca de 4 Km da margem esquerda do rio Paiva e a cerca de 3,5 Km da margem direita do rio Vouga, a freguesia de Queiriga deverá ter tido o seu povoamento na época do domínio romano, pois na região são muitos os vestígios dessa época; contudo, não se exclui a hipótese de ocupação humana em épocas mais longínquas, até porque é visível pelos vários sinais encontrados na região e na freguesia, como antas e dolmens, nos lugares de Juncais (classificada de Monumento Nacional), Fojinho e do Seixinho, como pela sua estratégia de implantação, de carácter defensivo e de controlo sobre o território.
Julgado de Cota
Desde tempos anteriores à monarquia portuguesa que o território desta freguesia fazia parte da “terra” ou julgado de Cota, o qual, em 1128, quando D. Teresa doou Fráguas (por ela coutada) a Garcia Garcês e D. Elvira Mendes, sua mulher, partia com o dito couto. Assim, ocupando uma boa parte da “terra” de Cota, o território da actual freguesia foi aforado por carta de povoação, dada pelo Conde D. Henrique e por D. Teresa, antes, portanto, de 1114. Depois, alguns anos antes de 1223, Queiriga, com toda a terra da Cota, foi doada a D. Martim Fernandes, filho-de-algo, e a sua mulher D. Estefânea Soares. D. Martim Fernandes acabou depois por doar Queiriga e provavelmente toda a “terra” de Cota à Ordem do Hospital, de forma que esta, passou a ter todo o senhorio por honra. Neste julgado, a coroa ficou apenas com o direito de nomear o juiz local, cargo que por muitas vezes serviram alguns habitantes de Queiriga.